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Lula escolhe Dilma para ser a "gerentona" do governo

Brasília - Ao longo de dois anos e meio à frente do Ministério de Minas e Energia, Dilma Rousseff cultivou a fama de dama de ferro. Foi firme ao negociar com empresários a reestruturação do setor elétrico e nunca demonstrou inclinação para acordos políticos.


Dilma tem desafetos no PMDB e é considerada até mesmo pelos petistas com pouco jogo de cintura política. O presidente Lula, no entanto, quer um perfil mais gerencial para a Casa Civil, alguém com capacidade de coordenação de projetos. O presidente gosta muito de Dilma, uma petista gaúcha considerada durona. Para Lula, ela é perfeita para ser a "gerentona" do governo.

Na primeira sondagem feita a Dilma, a ministra teve uma reação negativa. "Deus me livre", disse. O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação de Governo, Luiz Gushiken, defendia reservadamente a nomeação do governador do Acre, Jorge Viana. Dirceu confidenciou a amigos que gostaria de ver no seu lugar o titular da Educação, Tarso Genro.

Mineira de 57 anos, Dilma viveu intensamente o período da ditadura militar, integrando movimentos de esquerda como o Política Operária (Polop) em 1967 e, a partir de 1969, o Comando de Libertação Nacional (Colina), que pregava a luta armada contra a ditadura e mais tarde se tornaria a Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares). Naquela época, ela usou codinomes como Estela, Luiza, Patrícia e Wanda, o que não foi capaz de livrá-la de interrogatórios, prisão e tortura.

Economista, com mestrado em Teoria Econômica, e doutoranda em Economia Monetária e Financeira, Dilma militou no PDT, antes de ingressar no PT. Foi no Rio Grande do Sul que começou no setor energético, ocupando por duas vezes a Secretaria Estadual de Minas e Energia: em 1993 e 1994, durante o governo de Alceu Colares (PDT), e de 1999 a 2002, no governo de Olívio Dutra (PT). Em outubro de 2002 foi convidada para compor a equipe de transição do governo Lula.

Assumiu o Ministério de Minas e Energia com o compromisso de expandir o setor, garantir o abastecimento energético, com tarifas mais baixas, e evitar o fantasma do racionamento. Desde então vem costurando o novo modelo do setor elétrico com geradores, distribuidores, transmissores e comercializadores de energia, com quem teve vários embates.

 
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