São Paulo - A inflação medida pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) para a capital paulista deverá ter uma aumento significativo em março, ao redor de 0,70 ponto porcentual, segundo a previsão da economista da Escola de Economia de São Paulo, Alexandra Godói. Em fevereiro, o IPC-SP desacelerou para 0,39%, ante 0,66% no mês anterior, quando o grupo Educação contribuiu para a forte elevação dos preços no período.
Para este mês, a estimativa de Alexandra é que os preços das tarifas de ônibus sejam os vilões da inflação. O aumento de 17,65% das passagens, que entra em vigor a partir de sábado, poderá influenciar a inflação em 0,70 ponto porcentual, dado que o peso deste item é de 4,1% no IPC-SP, representando praticamente um terço da contribuição no grupo Transportes.
"A menos que tenhamos uma deflação muito forte do grupo Alimentação, a inflação de São Paulo neste mês deverá ficar acima de 0,70%", ponderou a economista, que não faz uma projeção fechada para o período.
Além do aumento da tarifa de ônibus, ela conta também com uma elevação dos preços das taxas de ligação de telefone fixo para celular. Somado a isso, Alexandra não acredita que o grupo Vestuário apresentará o mesmo desempenho de fevereiro, quando registrou deflação de 0,86%. "Com a entrada das roupas da nova coleção (outono-inverno), os preços tendem a subir um pouco", explicou.
O aumento das passagens e, conseqüentemente, do custo de vida de São Paulo em março, com certeza elevará a inflação acumulada em 12 meses, que, até fevereiro, estava em 6,15%. Isto ocorrerá, segundo a economista, porque, além do IPC-SP registrar uma variação mais alta em março, sairá do cálculo a taxa de 0,28% do mesmo mês do ano passado.